Equipista rocha ou equipista areia?

Ao ler o texto juntos, percebemos que ele compara a vida conjugal à construção de uma casa, com a metáfora de um alicerce sólido, tendo Cristo como a "pedra angular". Refletimos sobre como, para construir um casamento duradouro é necessário paciência, comprometimento e oração que isso demanda tempo, não é algo que se construa com pressa ou em busca de resultados imediatos. O texto faz uma analogia entre equipistas sensatos e insensatos, e isso nos faz pensar de que maneira em nosso relacionamento devemos ser como o equipista sensato dedicados a vivência dos PCEs, e não buscar benefícios sem compromisso, como o equipista insensato. Conversamos sobre a importância de nos empenharmos na construção sólida do nosso matrimônio, de nos apoiarmos mutuamente e de vivermos a fé de maneira autêntica, sempre colocando "Cristo como nosso Mestre de Obras". Isso nos motiva a reforçar os alicerces do nosso amor com mais paciência, reflexão e união.
Ah, lembramos imediatamente do Casal Ari e Marisa, que sempre compartilham com muito entusiasmo que o " Dever de Sentar-se" para eles é, na verdade, um momento emocionante. Isso confirma exatamente o que o Padre Cafarell nos ensina o Dever de Sentar-se não deve ser visto como um fardo ou uma obrigação, mas como uma oportunidade de encontro, de renovação e de aprofundamento no amor.
Alessandra e André 
ENS Nazaré - Setor Santo André B

A alegria do Céu dentro de nós


A alegria do Céu dentro de nós

Meditemos sobre a paz que supera todo entendimento



Esta é uma meditação adaptada do livro Homilias para o Advento e o Natal, do Padre Paulo Ricardo, lançamento da Editora Padre Pio, e o primeiro volume de uma série que cobrirá todo o ano litúrgico.

Este é o domingo da alegria, ou Domingo Gaudete. Na antífona de entrada cantamos: “Alegrai-vos sempre no Senhor”, trecho tirado da Carta de São Paulo aos Filipenses, que reaparece na Segunda Leitura. É interessante notar que toda a Liturgia da Palavra deste domingo tem tonalidades de alegria. A Primeira Leitura é do profeta Sofonias: “Canta de alegria, cidade de Sião”, é Jerusalém que tem de rejubilar, “alegra-te, exulta de todo coração”. O mesmo tom passa para o Salmo, que diz: “Exultai, cantando alegres, habitantes de Sião”.

A liturgia repete quase às marteladas: “Alegrai-vos, alegrai-vos, alegrai-vos”, até chegar por fim ao Evangelho, que parece introduzir uma nota destoante. Nele aparece João Batista e uma má notícia: “Eu não sou o Messias que está vindo. Eu batizo na água, mas Ele irá batizar no Espírito Santo com fogo”. Podemos ser otimistas, crendo que ele se refere ao fogo de amor do Espírito Santo. Todavia, ouçamos o que se diz em seguida, com toda a clareza: Cristo vai limpar a eira e lançará a palha no fogo inextinguível no Juízo universal.

João Batista parece o “desmancha-prazeres” dessa liturgia. Afinal, qual dos dois tem razão: o Precursor, ou as leituras que o precedem? Se olharmos com olhos de carne e de justiça, daremos mais razão ao Batista. Vejamos.

Peguemos as páginas do noticiário. Só o que se é vê morte, terrorismo, revoltas, rebeliões, revoluções, perseguições aos cristãos no mundo inteiro… Nas estatísticas da Igreja, nada muito animador: queda no número de batismos, de casamentos, queda na frequência à Missa, para não falar da qualidade dos que se metem na fila da Comunhão. Quantos serão os comungantes em estado de graça?… E a santidade no mundo?

Não é preciso ir longe. Olhemos para dentro de casa. Quanto desmando! quanto egoísmo! quanta briga! quanta confusão! quanto sofrimento que impede de dormir à noite!… Menos longe agora: olhemos para nós mesmos. Já tenho 54 anos de idade, 30 de padre, e até hoje há muito egoísmo arraigado dentro de mim! Parece que São João Batista tem razão. Não há por que se alegrar: ou vem o juiz com o fogo, ou não há mais conserto.

Na verdade, são dois lados da mesma moeda. Temos, sim, mais razões para nos alegrar que para nos entristecer: há maldade no mundo, mas sabemos que é sombra passageira. Podemos estar atravessando a pior tempestade; mas acima de tudo isso o sol brilha tranquilo.

O sol brilha! Talvez presenciemos um dia o maior dos crimes, a pior das guerras; mas os mártires e os santos que passaram pelo mundo traziam no coração, em meio a sofrimentos verdadeiros e atrozes, a alegria de saber que existe um Céu, luminoso e eterno. Essa é a alegria que o Evangelho nos traz hoje, a alegria de que Jesus virá para julgar, sim, mas para triunfar da injustiça e recompensar os inocentes. Depois que passar a luta trágica da história, veremos a glória bem-aventurada do Céu.

Já paramos para pensar no que será a felicidade do Céu?

Por ruim que esteja a meteorologia, o sol nunca vai se apagar por causa dela. Mais ainda: as galáxias e estrelas distantes nunca se vão apagar! Ainda padre jovem, quando contava os meus 30 anos, fui reitor de seminário e pároco de uma igreja no Pantanal.

Na época, eu tinha mapas para localizar estrelas, ver a Via Láctea etc., porque sempre gostei de contemplar as estrelas naqueles sertões do Pantanal mato-grossense, em Barão de Melgaço. Olhando as estrelas, lembrava-me do Céu, ou seja, do Céu em que está Nossa Senhora, em que estão os santos, porque as Escrituras nos recordam: “Brilhareis como astros no céu”. O Apocalipse, no capítulo 21, afirma que, quando descer a Jerusalém celeste, não será necessário sol nem luz, porque ela mesma brilhará.

Podemos estar sob as nuvens mais espessas; acima de nossas cabeças brilha uma luz imaculada. A nossa alegria é saber que as lutas deste mundo passarão e que a vitória não está garantida somente para o futuro: ela já está acontecendo. Sim, a vitória de Deus já acontece agora, porque no Céu brilham os santos, e com eles miríades e miríades, bilhões e trilhões de anjos maravilhosos, luminosos, gloriosos! Eis a alegria deste domingo.

Canta de alegria, cidade de Sião! Rejubila, povo de Israel, alegra-te, exulta de todo coração, cidade de Jerusalém, o Senhor revogou a sentença contra ti; afastou os teus inimigos. O rei de Israel, o Senhor, está no meio de ti e nunca mais temerás o mal.
— Sofonias 3, 14s

Ora, o que significa nunca mais temer o mal?

Nós, que vivemos ainda desterrados no mundo, fazemos parte deste povo que já está no Céu, e Deus quer que nos unamos a eles um dia. Alguém dirá: “Padre, eu não vejo que Ele esteja no meio de nós”. Mas está.

Imaginemos — é só uma comparação — que, enquanto estamos nas trevas, debaixo de nuvens horrendas, as galáxias luminosas, com trilhões de estrelas, estão todas no nosso coração. Sim, o Céu está dentro de nós; se estamos em estado de graça, a Santíssima Trindade habita em nosso coração, então Deus está no meio de nós. Podemos dizer com verdade: “Maria é minha, os santos são meus, Teresinha é minha, São José é meu, o Padre Pio é meu”! Não precisamos ir ao outro lado do oceano, escalar montanhas, subir o Himalaia para, além das nuvens, enxergar o sol que brilha. Não. O sol brilha dentro de nós. Isso é verdade de fé.

Pois bem, a nós, que estamos em luta, a Igreja diz e os santos atestam: ainda quando lutemos, se estamos em graça, o Céu já está presente em nós, de forma misteriosa mas real. Por isso canta o salmista: “Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel”. No meio de nós, ou seja, dentro de nós, há alegria. Mais do que isso: a razão da alegria cristã está dentro de nós. Tristeza, desânimo, abatimento, isso é só a superfície.

Dentro de nós, mais fundo do que podemos enxergar, habita Deus Trindade, e onde está a Trindade está o Céu, a glória dos santos, a Sião, a Cidade celeste. Tudo está em nós se nós estamos com Ele. Por mais tristes que nos sintamos, isso não passa da “casquinha” do que somos, porque dentro de nós há exultação de alegria.

Quem é batizado em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo com o sacramento do Batismo tem a Jerusalém gloriosa em seu coração. Por isso repitamos com São Paulo:

Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos. Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças.
— Filipenses 4, 4.6

O que estamos vivendo? O que está acontecendo em nossa vida? O que nos tem dividido o coração? De que temos necessidade? Quem ainda precisa se converter em casa? Pois dirijamos a Ele orações e súplicas. Mas que essas orações e súplicas sejam acompanhadas de ação de graças. Mal saiu o pedido dos lábios, deve haver gratidão na alma, porque Deus está nos dando a certeza da vitória.

Ele nos quer vitoriosos! Perseveremos na luta!  A paz de Deus não cabe em cabeça alguma. Onde está a paz? No Céu, na Jerusalém celeste. O Céu é maior do que possamos compreender; a felicidade da glória é maior do que possamos imaginar.

Ora, se não conseguimos imaginar sequer o universo, que é finito!… Em nossa galáxia há cerca de 100 bilhões de estrelas, e pelo universo estão espalhados outros tantos bilhões ou trilhões de galáxias! O universo não cabe na nossa cabeça. Mal sabemos o que é ter “um bilhão” de qualquer coisa. Se vivermos um bilhão de segundos, por exemplo, teremos vivido 35 anos. Ora, há 100 bilhões de estrelas na galáxia, e para alcançar a mais próxima levaríamos 7000 anos à velocidade máxima do veículo mais rápido já inventado pelo homem… Eis o tamanho do universo, que, apesar disso é finito, que, diante de Deus, não é mais que uma gota d’água. A glória das galáxias e das estrelas é como palha em comparação com a glória dos santos e dos anjos, glória que um dia será também nossa. Alegrai-vos, pois, alegrai-vos, não vos inquieteis com coisa alguma!

Voltemo-nos agora para a notícia que virá no Natal. Anjos enviados por Deus vieram a Belém a uns pobres pastores numa noite cheia de estrelas e disseram: “Anuncio-vos uma grande alegria que será para todo o povo: hoje nasceu para vós um Salvador”. Por que então ainda estamos preocupados? Temos de nos preocupar com a nossa salvação, porque o vosso amor, ó Deus, vale mais do que a vida. Essa é a alegria do cristão, a alegria do Domingo Gaudete.

A paz de Deus! Se tivermos essa verdade do Céu em nossos corações, teremos paz e nossos pensamentos estarão em Cristo, como diz São Paulo. Olhos fixos no Senhor! coração nele! O Céu enche-nos de alegria.

Alegrai-vos, alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!

Aniversário dos Estatutos das Equipes de Nossa Senhora

Aniversário dos Estatutos das Equipes de Nossa Senhora

"A Carta das ENS, definida em 8 de dezembro de 1947 por iniciativa do Padre Henri CAFFAREL e dos responsáveis da época, constitui o verdadeiro ato de fundação do Movimento, que se quis colocar sob o patrocínio da Mãe de Deus. (...)

         As primeiras equipes fazem também nascer uma outra intuição: a do paralelismo entre estas duas relações de amor, a da pessoa humana com o Cristo e a do casal. Ambas passam por uma evolução análoga: após a alegria do encontro, chega um dia a provação da noite e da aparente ausência. Trata-se, então, de manter-se firme na fé e na fidelidade. 

       Foi então que, em 1945, foi publicado na revista “Anneau d’0r” - Cadernos de espiritualidade conjugal e familiar, lançados pelo Padre Caffarel - um editorial destinado a ter uma grande repercussão, “Um dever mal conhecido”, o qual, partindo de São Lucas, lança o “Dever de Sentar-se”, baseado no princípio de que “a casa acaba ruindo se não se cuida da estrutura”. Se o casal não pára para refletir... passa a ser dominado pela rotina... a sua união conjugal passa a apresentar rachaduras. Mas por conhecer suas próprias fraquezas e limitações, por experimentar, a cada dia, quão estreita é a porta, quão difícil a duração, os casais, em número cada vez maior, decidem unir-se em equipe, no seio de um Movimento estruturado, ágil e ao mesmo tempo rigoroso. 

          Inspiradas, portanto, por uma experiência de mais de cinqüenta anos, as ENS têm a convicção de que o Movimento responde, mais do que nunca, às necessidades dos casais e da Igreja. Este Movimento, atualmente implantado em cerca de sessenta países, quer ser portador do testemunho cristão no mundo. 

          Em conformidade com o cânon 299, § 3, do Código Canônico promulgado em 25 de janeiro de 1983, a Equipe Responsável Internacional das ENS, em conjunto com os Super-Regionais e com numerosos Regionais, decidiu por unanimidade fixar os seguintes estatutos. (...)

Os estatutos têm por objetivo: 

• zelar pela coerência do Movimento e pelo seu crescimento, na continuidade e na fidelidade às intuições originais, permitindo, ao mesmo tempo, as adaptações necessárias, segundo as novas necessidades que venham a ser percebidas em função de contextos de tempo e de lugar; 

• assegurar que a intuição original do Movimento das ENS está enraizada na Igreja e assim obter a confirmação do reconhecimento de sua especificidade; 

• servir de referência para os membros e os responsáveis do Movimento e de garantia para as autoridades eclesiásticas; 

• precisar a expressão institucional da vinculação das ENS à Santa Sé.

DECRETO PONTIFICIUM CONSILIUM PRO LAICIS 1652/02/AIC-18

FONTE: O Movimento/ Decreto de Reconhecimento - www.ens.org.br

Leia mais em https://www.ens.org.br/o-movimento/decreto-de-reconhecimento#:~:text=A%20Carta%20das%20ENS%2C%20finalizada,protec%C3%A7%C3%A3o%20da%20M%C3%A3e%20de%20Deus.

Pré EACRE e Missa do SIM 2024

No dia 30/11/2024 foi realizado o Pré EACRE 2024 e Missa do SIM, que contou com a participação dos Casais do Setor Santo André A, Setor Santo André B, SBC/Diadema e São Caetano. 




O Pré EACRE  contou com a participação dos novos Casais Responsáveis de Equipe eleitos para 2025 dos Setores Santo André A, Setor Santo André B, SBC/Diadema e São Caetano, CRR, CRS e Pe. Jorge. 





A Missa do SIM é o momento em que os novos CRE's 2025 confirmam o seu SIM dito no dia da reunião de Eleição e tomam posse dando inicio a Jornada de Casal Responsável da Equipe, também foi o momento dos novos casais que estavam na Pilotagem firmarem o compromisso com o movimento para que assumam o compromisso de casal defensor do Sacramento do Matrimonio, através a mistica e carisma do Movimento.



 

A Missa de Posse foi celebrada na Paróquia Nossa Senhora de Fátima na Vila Curuça em Santo André e Presidida pelo Pe. Wanderley  Ribeiro foi uma linda celebração onde o Padre nos mostrou a beleza do Advento que é a preparação para o nascimento de Cristo e o paralelo com o Matrimônio do casamento onde nos preparamos para a união com o nosso conjuge,  foi muito bonito.


 

No final da Missa o CRR Lucimara e Marcos nos transmitiu a mensagem enviada pelo CRP Marilda e Marcos com a orientação geral dos proximos 6 anos(2024-2030), fruto do discernimento da ERI, transmitido no Encontro Internacional em Turin. Seremos conduzidos pelo Lema "Chamados a viver em  Comunhão", que nos convida a aprofundar nosso compromisso com a vida comunitária, a vivencia da comunhão entre nós, em nossas famílias, equipes e na igreja.

 Clique aqui  e veja mais fotos desde lindo momento do nosso movimento. 


Agradecemos a todos !!

O Advento caminho à conversão !!!

 O Advento nos chama à conversão!

 

Tempo de preparação para o Natal, o tema da liturgia é a vinda de Nosso Senhor. É um tempo de penitência, para que limpemos a casa e aplainemos o caminho para Cristo. Sem isso, o nosso coração dificilmente estará pronto para recebê-lo e, com Ele, buscar a salvação.

Como vem o Senhor ainda hoje às nossas vidas? A primeira parte do Advento se concentra na vinda de Cristo no fim dos tempos para o juízo universal. Embora pouco se fale disso, é essencial lembrar que Deus, além de nosso amigo e irmão, é também nosso supremo juiz.

Enquanto estamos neste mundo, vivemos o tempo da misericórdia, que se encerrará quando Cristo vier em sua glória para julgar os vivos e os mortos, inaugurando assim o tempo da justiça. Há quem veja nisso uma contradição com a boa-nova do Evangelho. Afinal, como conceber hoje, depois da revelação cristã, um Deus “justiceiro”? A solução simplória é: se Ele é amor e misericórdia, não irá pedir conta das nossas más ações, mas tratará a todos com suma “tolerância”.

Esse raciocínio supõe falsamente que justiça e misericórdia são atributos contrários. A verdade, no entanto, é que a justiça se contrapõe não à misericórdia, mas à injustiça. Dizer que Deus, por ser misericordioso, não fará justiça, seria dizer que Deus, por ser bom, fará algo mau, o que é absurdo.

O contrário da misericórdia não é a justiça, mas a inclemência, a crueldade; numa palavra, a falta de amor. Deus não é cruel nem inclemente, mas misericordioso, e manifesta seu amor de várias formas. Neste mundo, manifesta-o por sua paciência, dando-nos tempo para retornar ao caminho da vida antes de nos precipitarmos no abismo da morte eterna. O Advento é tempo de conversão, portanto é tempo de graça. Essas quatro semanas do Advento simbolizam, no fundo, o tempo que Deus nos dá ao longo da vida para prepararmos nosso juízo particular.

Assim como há tempo de misericórdia e tempo de juízo para cada homem, há também para a humanidade como um todo. Olhemos para a história. Quantas vezes os maus já foram glorificados? Tomemos, por exemplo, filósofos que sustentaram doutrinas errôneas, responsáveis pela perdição de muitos, e que, no entanto, são tidos como grandes pensadores. Quantas vidas foram destruídas pelas ideias de Freud, que “aboliu” a moral sexual? Ou então Kant, paladino do Iluminismo, que é um dos pais do ceticismo moderno. A partir dele, a humanidade veio de abismo em abismo. Todos foram tidos por “gênios da humanidade”.

Para reparar isso, Cristo virá fazer justiça. Grande será a vergonha dos que foram injustamente glorificados, aclamados como benfeitores do homem, quando, na verdade, levaram muitos para o inferno por suas ideias. Não é justo que eles sejam publicamente envergonhados? Não é justo que se apresente a falsidade de suas doutrinas? Talvez alguns deles, pelo milagre de uma contrição perfeita na hora da morte, tenham sido salvos. Não queremos tomar o lugar de Deus julgando as almas; mas podemos julgar doutrinas, e se estas foram glorificadas pelo mundo, é justo que, no fim dos tempos, esses erros sejam expostos à vergonha pública.

Por outro lado, doutores como Santo Tomás de Aquino, Santo Afonso de Ligório, São João da Cruz, Santa Teresa d’Ávila, Santa Teresinha do Menino Jesus e tantos outros santos e sábios que, pela graça de Deus, levaram milhões para o Céu, são hoje desprezados e ridicularizados pelo mundo. No entanto, eles serão exaltados no Juízo Final. Toda obra divina desprezada pelos homens brilhará no último dia.

Então veremos santos escondidos, que passaram a vida fazendo o bem e contribuíram para o triunfo da Igreja sem serem notados. É justo que, tendo vivido para Deus, eles sejam exaltados por Deus no juízo aos olhos do mundo que os ignorou. Se foram injustiçados, é justo que Deus os exalte e os torne conhecidos.

Todos deveríamos meditar sobre o Juízo Final, mas não há hoje assunto mais ausente dos nossos púlpitos… Não à toa, o Catecismo Romano aconselha aqueles que cuidam das almas a pregar sobre o Juízo Final, porque todos os justos, a certa altura da vida, se sentem “em crise” por verem a maldade e a vileza exaltadas, enquanto a justiça e a bondade são tratadas com desprezo.

Quem não se revolta vendo a exaltação da maldade? Por isso é necessário pregar a verdade: Deus virá, sim, julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim. Todo aquele que, por amor a Ele, derramou lágrimas de fidelidade, será publicamente exaltado. Então se cantará a glória do Cordeiro imaculado. Uma multidão incontável entoará o grande Aleluia, a vitória e o triunfo final — triunfo do bem, da bondade, da verdade, da misericórdia!

Quantos misericordiosos não alcançaram misericórdia neste mundo, mas hão de alcançá-la no Juízo Final! “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados” (Mt 5, 6). E quando essa sede e essa fome serão saciadas? Quando virmos, enfim, a vitória de Deus. Eis a realidade que queremos meditar neste Advento, que nos remete à segunda vinda de Cristo.

Ora, falar da segunda vinda é falar do Juízo Final. E como será o fim dos tempos? Haverá primeiro uma grande tribulação na Igreja, que será terrivelmente perseguida. Haverá ainda um abalo cósmico, e então virá Nosso Senhor. Disto nos recorda o Evangelho: “Naquele tempo, haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas” (Lc 21, 25). O sol é Jesus, que irá perder o brilho; a lua é a Igreja, que se tingirá de sangue por causa das perseguições; as estrelas cadentes são um sinal da grande apostasia. Haverá de fato um abalo cósmico. No fim, sucederão a grande tribulação e, em seguida, o fim deste mundo: “Os homens vão desmaiar de medo” (Lc 21, 26).

E quem irá desmaiar de medo senão os que puseram a esperança no mundo? Como se manteriam de pé aqueles que, tendo depositado todas as suas fichas no mundo, o vissem ruir diante dos próprios olhos? Mas, aos que esperam em Jesus Cristo, o que há de acontecer?

“Ele virá sobre as nuvens e, quando essas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”
— São Lucas 21, 28

Não poderia haver maior contraste entre o medo dos que põem a esperança no mundo e a consolação dos que a puseram em Jesus. Todas as cabeças verão erguidas a libertação dos que esperaram em Cristo. Então se dará a vinda de Jesus, que se sentará para julgar os homens de todos os tempos.

Os homens julgam a história de maneira linear, como uma sequência de acontecimentos. Mas no julgamento final da história, tudo será julgado em sua relação com a eternidade e com o Céu. Tudo será levado em conta e lido à luz dessa realidade superior e eterna. Cristo virá julgar os vivos e os mortos — a história inteira —, e não só os que ainda estiverem vivos quando Ele voltar.

Ninguém sabe quando isso acontecerá. Deus reservou para si esse conhecimento. O fato é que já há dois mil anos a Igreja espera ansiosa esse dia. E em que isso influencia a nossa vivência do Advento? Influencia muito, se considerarmos que todos os momentos da vida serão julgados sob a luz da eternidade. Todos os momentos: seja a saúde ou a doença, a pobreza ou a riqueza. Compreendendo essa realidade, as coisas adquirem novo sabor.

Eis aí o critério para viver o Advento, que é este tempo de “ensaio” tanto para o juízo particular, quanto para o juízo universal, com a vinda gloriosa de Cristo. Para o primeiro, o que podemos fazer? Há na Igreja o piedoso costume, recomendado por santos e autores espirituais, de examinar, à noite, a própria consciência, como se cada dia fosse o último. Afinal, ninguém sabe se terá um amanhã para se emendar. Por isso, façamos o nosso “juízo final” todos os dias, para que o particular não nos tome de assalto.

Além disso, quando andarmos na rua, virmos o noticiário ou estudarmos as páginas da história, pensemos no juízo universal, pondo tudo sob a luz da eternidade, debaixo do olhar do Senhor. Os que hoje saem vitoriosos serão os derrotados, e os que hoje são derrotados sairão vitoriosos; os que hoje sorriem poderão estar chorando, envergonhados em sua confusão, enquanto os que agora permanecem firmes no amor a Cristo irão colher os frutos da recompensa que Deus lhes reservou.

Nos últimos versículos do Evangelho, o Senhor nos adverte:

“Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida”
— São Lucas 21, 34

Esses pecados nos afastam da clareza de julgamento e nos dividem interiormente. A vigilância e a oração, recomendadas por Jesus, são as armas para nos manter firmes: “Ficai atentos e orai a todo momento” (Lc 21, 36).

Peçamos a Deus a graça de viver o Advento com fé, preparando-nos para acolher a justiça e a misericórdia que Ele nos oferece. Será grande a nossa alegria quando tudo o que foi vitória aparente for lançado ao fogo eterno, e tudo o que foi desprezado neste mundo for elevado à glória do Céu.

Deus abençoe o seu Advento!