Padre Camilo
Conselheiro Espiritual da Equipe Nossa Senhora Imaculada Conceição
O reflexo de um espelho: minha caminhada vocacional
Conselheiro Espiritual da Equipe Nossa Senhora Imaculada Conceição
O reflexo de um espelho: minha caminhada vocacional
O
caminho se faz caminhando não é mesmo? Olhar para o espelho de nossas vidas é
sempre uma oportunidade de revisitar momentos que marcaram, sejam eles
positivos, sejam eles não tão interessantes assim.
Ao
longo destes anos, Deus tem agido como sempre ele age: na simplicidade e no
cotidiano da vida. Ele por muitas vezes me indicou o caminho ao sacerdócio, mas
eu que não havia percebido ou compreendido este chamado. Estava muito
preocupado em conquistar meus sonhos que não me dava conta do Seu sonho para
mim.
Não
foi simples “acordar” para esta realidade, pois só me dei conta do
discernimento quando me abri verdadeiramente para deixar que Ele conduzisse
minha vida.
Quando
fui convidado a ajudar nos trabalhos pastorais na comunidade em que pude
desenvolver minha caminhada de fé, a Nossa Senhora Auxiliadora, tive a chance
de experimentar momentos que tocaram e despertaram a necessidade de
entendimento da vida espiritual. Foi neste contexto que o padre me ajudou a
percorrer este itinerário de compreensão desta dimensão, que, até então não conhecia.
Foi
assim que amadureceu a vontade de conhecer mais de perto a vida de um padre.
Fui conversar com o responsável pela pastoral vocacional, e depois de alguns
desencontros e desafios foi possível iniciar o acompanhamento. Claro, que este acompanhamento era
desinteressado, pois eu tinha o intuito, simplesmente, de saber o que era ser
padre.
A
surpresa que destaco nesse período de partilhas, entre eu e a equipe da pastoral
vocacional e também com outros jovens, foi o fato de que pude me conhecer e me
dar a oportunidade de estabelecer relações de amizade.
Boa
parte do discernimento foi realizada de maneira bem discreta, pois minha
família, a comunidade e amigos só ficaram sabendo quando tive a certeza de que
poderia aprofundar a caminhada dentro do processo formativo.
Pois
bem, o processo formativo não foi “um mar de rosas”. Conviver com pessoas
estranhas do meu cotidiano me ajudou a trabalhar pontos em minha vida que não me
dava conta. O seminário pode ser uma escola que nos ajuda a crescer como
pessoas e na fé, mas pode ser um local em que esquecemos quem somos; bem,
quando negamos nossa história e de onde viemos. Digo isso, pois temos acesso a
um “mundo” diferente daquele que estávamos acostumados, ou seja, a uma cultura
que poucos são privilegiados a abraçar no ritmo aparentemente dito como normal
para qualquer jovem.
Nesse
itinerário vocacional pude percorrer não só os anos de formação acadêmica,
pastoral e espiritual, mas também dar passos no conhecimento de si e perceber
que o sacerdócio está além de mim; que não me pertence. Sou um homem com
capacidades e limitações, mas chamado por Deus para servir e agir em Sua
pessoa, mas nunca se esquecendo de sempre olhar para este espelho que reflete
minha vida, minha história entrelaçada com o querer que Ele, Deus, um dia
sonhou e ainda sonha por mim.
Primeira Missa
A posse como Pároco